A Polícia Civil de Guajará-Mirim, sob a supervisão do Delegado Regional, Rogério Pereira, iniciou a operação "Donum Vanitatis", com o objetivo de desvendar uma série de homicídios consumados, cinco vezes e tentados, quatro vezes, relacionados a conflitos entre facções criminosas na zona rural da cidade. O Serviço de Investigação e Captura – Sevic, de Guajará-Mirim investiga, entre outros crimes, a morte de Geovana da Silva Nunes, ocorrida em março de 2024, que desencadeou uma série de ações policiais contra membros do Comando Vermelho.
Após meses de monitoramento, os investigadores do Sevic conseguiram realizar a prisão de parte da quadrilha, além da apreensão de armas. Testes balísticos confirmaram que essas armas foram usadas nos homicídios de: Geovana da Silva Nunes, Fernando Feitosa Dantas e Pedro Henrique de Oliveira Dias. Exceto, Fernando, as outras duas vítimas eram integrantes da facção rival PCC.
Apesar das prisões de membros do CV e apreensões de armas, a violência continuou. Novos homicídios ocorreram, como os de Jefferson Lobo Coelho e Cleison Souza Sales, brutalmente assassinados com disparos de armas de fogo no rosto.
O rifle usado nos assaltos no Comara foi apreendido pela PC durante operação
A fim de evitar as investigações, os criminosos passaram a agir na zona rural, como a subtração de veículos e lesões corporais graves, como o roubo violento praticado contra a vítima C. S. M. que foram instruídos pela autoridade policial, originando os autos de n. 7003935-55.2024.8.22.0015 e foi expedido medidas cautelares de urgência para evitar mais crimes.
Residência onde Edvan, vulgo "Tchooze" estava no momento da prisão
Os policiais descobriram que os criminosos possuíam pontos de apoio, recebendo ordens do vice-dirigente do Comando Vermelho, Edvan do Nascimento, conhecido como "Tchooze". Na altura da investigação "Tchooze" comandou mais um ataque, a lesão grave a um idoso de 65 anos, que reside na Comara, zona rural do município.
Munições apreendidas
Prisão de Edvan o "Tchooze"
Após identificarem pontos de apoio aos criminosos, os investigadores monitoraram Edvan do Nascimento por dois dias. Em uma ação cuidadosamente planejada, foi montado um cerco à sua residência no bairro Santa Luzia e os policiais obtiveram conhecimento de armas de fogo de posse do suspeito. Os policiais violaram a porta de trás da casa, momento que Edvan utilizou uma criança de 16 meses, seu enteado, como escudo humano e tentou se refugiar no banheiro, onde jogou duas armas de fogo, sendo uma Glock 9mm e Taurus PT 838 cal. 380) no vaso sanitário.
"Tchooze" tentou se desfazer das armas jogando no vaso
Apesar da resistência, os policiais conseguiram resgatar a criança e prender Edvan, após confronto físico. Durante a busca na residência, os investigadores encontraram abaixo do travesseiro munições, pólvora e joias, que podem ter sido roubadas. Edvan foi preso em flagrante por porte ilegal de arma, resistência e ameaça aos policiais.
Joias oriundas de roubos foram apreendidas e estão de posse da PC
Ainda de acordo com a Polícia Civil, a namorada de Edvan, mãe do bebê, não colaborou com os policiais. A operação "Donum Vanitatis" continua a investigar as ramificações dos crimes e os envolvidos na zona rural de Guajará-Mirim.
Fonte: O Mamoré
Mín. 23° Máx. 41°