O cancelamento da licitação para a construção da ponte binacional que ligará o Brasil à Bolívia, através da cidade de Guajará-Mirim, foi recebido como um duro golpe pelos apoiadores do Governo Lula em Rondônia. A decisão adia o início das obras, pelo menos, até o segundo semestre de 2025, frustrando expectativas de longo prazo para a infraestrutura da região.
A paralisação da licitação foi causada por uma disputa judicial entre duas construtoras interessadas no contrato. A empresa inicialmente escolhida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) não foi a mesma indicada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o que provocou um impasse judicial. O conflito entre as decisões das duas instituições levou à suspensão do processo licitatório.
Em entrevista à imprensa, representantes do DNIT afirmaram que o cancelamento é temporário e que esperam resolver o impasse em breve. Mesmo com o atraso, a autarquia mantém a previsão de que a ponte será concluída até 2027, conforme o cronograma inicial.
Histórico da Ponte e o Tratado de Petrópolis
A construção da ponte é considerada um marco histórico, pois permitirá ao Brasil cumprir, após mais de um século, o Tratado de Petrópolis, assinado com a Bolívia em 1903. O tratado previa, entre outros pontos, a melhoria da conexão entre os dois países, mas a promessa de uma ponte internacional nunca foi realizada até hoje. O projeto é aguardado com grande expectativa, tanto pelos brasileiros quanto pelos bolivianos, que enxergam na obra uma oportunidade de desenvolvimento econômico e integração regional.
Pressão Política e Cobrança Pública
O site Guajará Notícias tem acompanhado de perto os desdobramentos dessa disputa e, junto com representantes políticos de Rondônia, cobra uma solução definitiva para que as obras da ponte finalmente comecem. A promessa da infraestrutura é vista como um sonho antigo que beneficiará tanto a população local quanto o comércio entre os dois países, facilitando o transporte de mercadorias e o turismo.
Com o adiamento do início das obras, as lideranças locais agora voltam suas atenções para a resolução do conflito entre as empresas, que deverá passar pelo crivo judicial antes de qualquer nova movimentação no processo licitatório. Para muitos, a expectativa é que o governo federal consiga contornar o impasse e avançar com o projeto que promete impulsionar o desenvolvimento de Guajará-Mirim e da Bolívia.
A população da região aguarda ansiosamente por uma solução para esse impasse, que já se arrasta há anos e que, ao que tudo indica, ainda terá um longo caminho até sua conclusão.
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