No dia 8 de agosto de 2023, a cidade de Guajará-Mirim comemorou a inauguração da nova instalação portuária de pequeno porte (IP4), um empreendimento que contou com um investimento de R$ 8,6 milhões do governo federal, executado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A cerimônia teve a presença do ministro dos Transportes, Renan Filho, que prometeu um impacto positivo na economia local e na integração com a Bolívia, país vizinho localizado a apenas 10 minutos de distância.
Expectativas e Melhorias Prometidas
Durante a inauguração, Renan Filho enfatizou que a nova IP4 visa oferecer suporte de qualidade aos usuários do porto nas margens do Rio Mamoré. A promessa era de um impulso significativo para a economia regional, melhorando as condições de embarque e desembarque, e contribuindo para o fortalecimento das relações comerciais entre Brasil e Bolívia.
A estrutura moderna foi projetada com características acessíveis, refletindo a arquitetura das estações da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, históricas na região. Com espaços como lanchonetes e áreas de descanso, visitantes e trabalhadores esperavam um ambiente mais confortável e funcional.
Realidade: Um Porto Ainda Fechado
No entanto, mais de um ano e quatro meses após sua inauguração, a IP4 permanece fechada, gerando frustração entre comerciantes e trabalhadores locais. Um despachante de carga marítima de Guayaramerín, que atravessa a fronteira diariamente, expressou sua decepção: “Esperávamos que a nova estrutura estivesse funcionando rapidamente. O que será de nós com mais uma obra que não cumpre seu propósito?”
Enquanto a população aguarda a ativação da nova instalação, questionamentos sobre a viabilidade e a importância do projeto ressurgem. Muitos começam a temer que a IP4 não passe de mais uma promessa não cumprida e que sua construção tenha sido motivada por interesses eleitorais, sem vínculo real com as necessidades da comunidade.
Benefícios Aparentes, Mas ainda Não Realizados
A IP4 foi idealizada para trazer uma série de benefícios, incluindo:
- Desenvolvimento do mercado local;
- Melhoria na qualidade de vida da população;
- Controle mais eficaz das embarcações pelas autoridades;
- Condições sanitárias adequadas na orla;
- Minimização dos impactos poluentes gerados por embarcações.
Além dessas vantagens, a acessibilidade prometida, como rampas para cadeirantes e possibilidades de atendimento ambulante, sinaliza um esforço para inclusão dos cidadãos com deficiência.
Conclusão e Expectativa da Comunidade
Diante da situação atual, a pergunta que permeia a mente dos guajaramirenses é: Quando, de fato, a IP4 cumprirá seu papel como uma importante ferramenta de apoio ao comércio e ao deslocamento de mercadorias? A promessa de um porto funcional e acessível permanece no ar, enquanto a população observa o espaço que, por ora, apenas testemunha descasos e incertezas.
O Guajará Notícias se compromete a acompanhar os desdobramentos dessa situação e fornecer atualizações sobre a ativação da IP4, mantendo a comunidade informada sobre o futuro dessa obra tão aguardada.
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